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APIFARMA

Como evitar a ruptura de medicamentos nas Farmácias?

Como evitar a ruptura de medicamentos nas Farmácias?

Apostar na reindustrialização e na revisão dos preços para tornar o mercado do medicamento mais sustentável.

Portugal deve colocar a área das ciências da vida e da Indústria Farmacêutica como um dos pilares da sua reindustrialização e, também, proceder a uma revisão em alta do preço dos medicamentos, apontou ontem o director de Assuntos Institucionais e Inovação da APIFARMA, Heitor Costa, no programa “Corpo Clínico”, do canal Saúde +.

Num debate em que participaram ainda Ema Paulino, a presidente da Associação Nacional das Farmácias, e Ruben Cunha, dirigente do Sindicato Nacional dos Farmacêuticos, foram debatidas as causas das falhas no abastecimento de medicamentos e as soluções para as prevenir.

Heitor Costa destacou a necessidade de Portugal “acompanhar a onda de reindustrialização da Europa”, o que está, aliás, “previsto no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”, dando o exemplo do governo francês – que “decidiu criar uma fábrica da substância activa do paracetamol em França” – ou do espanhol – que colocou a indústria farmacêutica como um dos quatro pilares do seu PRR.

Alcançar este objectivo permitiria tornar o país e a Europa mais autossustentáveis na produção de medicamentos e de substâncias activas, muito dependentes de mercados externos como o China ou a Índia, dando um contributo decisivo para garantir o abastecimento de medicamentos aos portugueses.

Outro ponto essencial, considerou, e uma “questão a que não podemos fugir”, é Portugal ter dos preços de medicamentos mais baixos da União Europeia. As revisões de preços em Portugal só funcionam quando a média dos preços praticados na União Europeia “é para baixar”, afirmou Heitor Costa: “Quando a média sobe, não aumenta: a última vez que foi possível subir foi em 2003 e desde esse momento os preços só vêm para baixo, o que torna inviável a produção de certos medicamentos, alguns dos quais por empresas portuguesas”.

Ema Paulino referiu também este factor como um dos que desequilibra o acesso de Portugal no mercado europeu dos medicamentos. Em momentos em que “existe escassez a nível europeia, o nosso mercado não é atractivo”, considerou. A presidente da Associação Nacional das Farmácias defende, assim, que “na medida das possibilidades do país, é importante que se encontre um equilíbrio entre um preço que viabilize o acesso e as necessidades económicas da população”.

Os três intervenientes destacaram ainda ser essencial “resolver problemas que o sistema de prescrição inviabiliza – não a lei –”, como referiu o director de Assuntos Institucionais e Inovação da APIFARMA. É preciso “permitir que o farmacêutico exerça de forma mais ampla as suas competências a nível dos medicamentos de substituição” reforçou Ema Paulino. Neste momento, disse Ruben Cunha, a “alternativa para substituir um medicamento é ir falar com o médico prescritor”, o que não é uma solução “viável”.

Outro ponto referido pelo dirigente do Sindicato Nacional de Farmacêuticos, que também mereceu acordo dos restantes participantes, é a necessidade de “melhorar o projeto Via Verde do Medicamento”, um mecanismo excepcional de fornecimento de medicamentos às farmácias que reúne entidades como a APIFARMA, o Infarmed ou a Associação Nacional das Farmácias.

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