É com profundo pesar que  a APIFARMA recebeu a notícia da morte do antigo Presidente da Republica, Jorge Sampaio (1939-2021).

Jorge Sampaio envolveu-se desde cedo na luta pela Democracia. Esse combate político ao regime expressou-se de várias formas e em diferentes momentos, da crise estudantil de 1962 à defesa de presos políticos.

Deputado eleito pelo PS, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Presidente da República, Jorge Sampaio colocou a luta pela desigualdade no centro da sua acção: a desigualdade política, a desigualdade económica nas suas diversas expressões, a desigualdade na vida da cidade, a desigualdade entre géneros e, finalmente, a terrível desigualdade entre países que o levou a apoiar a libertação e a reconstrução de Timor-Leste e, mais tarde, a fundar uma organização capaz de financiar o acolhimento de refugiados sírios em Portugal.

A consistência deste programa político pessoal, concretizado ao longo de uma vida inteira — há poucos dias escreveu um artigo apelando ao apoio às mulheres afegãs, o seu último grande gesto cívico e político — traçam o perfil de um estadista que melhorou não apenas a democracia portuguesa, mas que também se envolveu nas grandes causas globais.

Jorge Sampaio valorizou sempre as ciências da Saúde. Foi nomeado Enviado Especial da ONU para a luta contra a Tuberculose e manteve relações próximas com todos os agentes da saúde com o firme objectivo de encontrar soluções concretas para os problemas dos cidadãos. A desigualdade no acesso à saúde fez parte das suas preocupações, designadamente nos anos em que foi Presidente da República.

A APIFARMA endereça as sentidas condolências à família, aos amigos e a todos que se cruzaram com Jorge Sampaio.