A investigação de vacinas e tratamentos contra a COVID-19 tem provado a vitalidade das áreas de investigação e desenvolvimento. Até Maio, foram propostas 696 vacinas e 1.790 terapêuticas, de acordo com um levantamento feito pela Federação Europeia de Associações e Indústrias Farmacêuticas (EFPIA, na sigla original), de que a APIFARMA é associada.
Contudo, os níveis de aprovação são ainda baixos. Entre as 696 vacinas apresentadas até Maio deste ano, apenas 5,3% (37) foram autorizadas. A grande maioria está ainda em fases pré-clínicas (467). Entre as terapêuticas, apenas 2% (36) estão aprovadas e 48 falharam ou não avançaram além das primeiras fases de investigação.
Até hoje, foram investidos mais de 38,4 mil milhões de euros – 75% dos quais pela indústria farmacêutica – nestes dois métodos. Esta investigação a grande ritmo e um investimento tão elevado é possível graças à protecção da propriedade intelectual. Segundo o mesmo relatório da EFPIA, 87% de todas as vacinas contra a COVID-19 derivam de pedidos de patentes nos Estados Unidos e na Europa.
Pelo que, avisam a EFPIA e a sua associada portuguesa, a APIFARMA, a proposta de suspensão de patentes vai ter o efeito contrário, minando a competitividade industrial e o crescimento da investigação nestas regiões, podendo pôr em causa 372 acordos de licenciamento para vacinas e 155 para terapêuticas. O investimento da indústria farmacêutica poderá diminuir 43 mil milhões de euros.
Este atraso poderá pôr em causa a segurança sanitária mundial, alerta a indústria farmacêutica. Além de melhorarem a protecção contra variantes futuras da COVID-19, as novas vacinas e terapêuticas permitem também aumentar a concorrência nos preços.